Pelo fim da violência contra a mulher e as meninas
A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil envolvida na campanha: 16 dias de ativismo contra a violência com as mulheres e meninas.
Em homenagem as irmãs
Mirabal assassinadas o 25 de novembro de 1960 este dia foi escolhido pela ONU
no ano 1999 como o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a
Mulher. A campanha 16 dias de ativismo contra a violência de gênero que começa
o 25 de novembro e culmina o 10 de dezembro, este ano com o slogan “Inverte”
faz menção especial à necessidade de fundos para criar recursos que impeçam e
ponham fim à violência.
- Porque vivemos numa sociedade de desigualdades em direitos e oportunidades em detrimento da mulher, onde pelo mesmo trabalho que o homem, a mulher recebe um salário menor,
- Porque a pobreza alcança em maior grado às meninas e mulheres e muitas delas perdem o seu direito a brincar e à educação por ter como única opção o trabalho doméstico ou a exploração infantil,
- Porque a trata de pessoas representa na América Latina dois milhões de meninas e mulheres vítimas da exploração sexual, comercial ou de trabalho e mais...
Por que é importante este assunto para as religiões e as/os cristãos?
- Porque as religiões mais violentas contra a mulher são as monoteístas, onde a imagem do Deus um e masculino desenha entre linhas um homem sagrado exercendo o poder e uma mulher sempre inferior a ele relegada ao lar.
- Porque um estúdio recente mostrou que o 40% das mulheres que sofrem violência em Latino América são evangélicas.
- Porque as estruturas eclesiais de nossas Igrejas continuam sendo machistas, patriarcais, sacerdotais, androcêntricas y misóginas.
- Casa Abrigo Noeli Dosa Santos na região norte do pais oferece um espaço seguro para mulheres e meninas vítimas da violência física – já atende mais de 200 pessoas ao ano.
- Capacitação às mulheres para trabalhar na confeitaria, em Caapora, Nordeste do pais.
- Projeto com crianças em Itaparica, Bahia, que possibilita trabalho a muitas mulheres.
- Simpósio sobre Religião, Cultura e Sexualidade realizado pela Paróquia Bom Pastor da Bahia em parceria com outras instituições de ensino e movimentos sociais.
- Centro Social Anglicano na diocese de Brasília informa e forma às mães das crianças que acolhe e oferece formação de ofícios técnicos para trabalho das mesmas.
- “Costurando sonhos”, confecção de lençóis como geração de renda para mulheres carentes e de inclusão à paróquia e “O papel da vida”, curso de cartonagem para jovens onde além de ensinar um ofício, reflexiona-se sobre a cartilha da violência contra a mulher do SADD na Catedral do Rio de Janeiro.
- Movimento Bandeirante para crianças: “uma educação para a cidadania”, na paróquia Cristo Rei na Cidade de Deus, no Rio.
- Revitalização da UMEAB paroquial, conscientizando na violência contra a mulher através da hermenêutica bíblica feminista, no Méier, Rio.
- Projeto de laborterapia “Anglicanas Arteiras” onde as falas de espiritualidade para superar a depressão caminham juntas com a criação de arte. Paróquia São João Batista de Minas Gerais.
- Trabalho com anciãos, majoritariamente mulheres, extensivo aos seus cuidadores para prevenir e evitar a violência contra a terceira idade. Paróquia Santo André, São Paulo.
- “Costurando o futuro com cidadania” projeto de geração de renda e prevenção da violência contra as mulheres em Canoas, Rio Grande do Sul. Paróquia São Lucas com o apoio do SADD.
- Seminários sobre a violência contra a mulher na Catedral do Mediador em Santana do Livramento, também Rio Grande do Sul.
- Elaboração da Cartilha de Prevenção e Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher elaborada pelo SADD (Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento).
- Debates em toda a Província sobre essa realidade através da Revista do SADD e muitas, muitas obras mais.
Urge um novo
tempo de reflexão cristã y bíblica menos espiritualista y mais contextualizada
y libertadora. Urge uma mirada crítica sobre a Bíblia como Palavra de Deus, mas
também como palavras de homens que escreveram em contextos socioeconômicos e
culturais machistas, poligâmicos e patriarcais.
Temos muito há
fazer, há muito caminho por percorrer ainda. Como você vai viver estes dias
“laranjas”? Qual será seu lugar na luta contra a violência contra a mulher
neste novo ano litúrgico que começa? Contamos com sua ação.
Oremos
juntas e juntos
Saímos semeando
flores porque queríamos vê-las florescer,
tecemos com elas coroas para colocá-las na cabeça dos pobres, das mulheres e meninas.
Arrancamos de suas cabeças as coroas de espinhos e o barro de seus pés.
Ungimos suas feridas com óleos aromáticos, reconstruímos casas e paredes caídas,
acolhemos pessoas órfãs, exploradas, famintas e sedentas de águas abundantes.
Às pessoas humilhadas propomos a glória da cabeça erguida,
Às cativas o sonho da justiça e da liberdade,
às empobrecidas seu direito ao trabalho e ao pão.
Por isso, não nos calaremos, por isso, não descansaremos
até que sua justiça brilhe como o sol
e a solidariedade arda como uma tocha. Amém
tecemos com elas coroas para colocá-las na cabeça dos pobres, das mulheres e meninas.
Arrancamos de suas cabeças as coroas de espinhos e o barro de seus pés.
Ungimos suas feridas com óleos aromáticos, reconstruímos casas e paredes caídas,
acolhemos pessoas órfãs, exploradas, famintas e sedentas de águas abundantes.
Às pessoas humilhadas propomos a glória da cabeça erguida,
Às cativas o sonho da justiça e da liberdade,
às empobrecidas seu direito ao trabalho e ao pão.
Por isso, não nos calaremos, por isso, não descansaremos
até que sua justiça brilhe como o sol
e a solidariedade arda como uma tocha. Amém
(Fragmento
de “O Espírito está em nós e nós no Espírito” de Ivone Gevara)
Ma.
Gabriela Merayo Irrazábal– Teóloga
Paróquia
Santíssima Trindade– Méier, RJ
Diocese
Anglicana do Rio de Janeiro– IEAB